domingo, 25 de março de 2012

Luz - Jardins do Palais Royal, Paris, 1995

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Quando em Paris, volto sempre a este palácio e seus jardins. No centro da cidade, bem perto do Louvre, é um sítio de refúgio e calma. A arquitectura é serena, equilibrada e deslumbrante, sem os excessos franceses dos tempos de Luís XIV e seus descendentes. O palácio foi mandado construir por Richelieu nos inícios do século XVII. Foi residência de vários nobres e familiares dos reis (que em geral preferiam o Louvre...), mas foi sobretudo local de animação, de tertúlias e de intriga política. Muitos cafés se instalaram ali, até um dos mais famosos restaurantes de Paris contemporâneo, o Grand Vefour. Dos seus cafés e jardins partiram vários cortejos e marchas revolucionárias em direcção a Versailles ou à Bastilha. Ali se namorou intensamente, a ponto de escritores e poetas se referirem com malícia ou ironia aos costumes vigentes nas suas arcadas e sob as belas árvores.

domingo, 18 de março de 2012

Luz - Império do Divino Espírito Santo, Terceira, Açores, 2011

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São estranhos locais de culto e de peregrinação! De cores berrantes, espalhados por toda a ilha. São os locais de agregação de uma Irmandade do Divino Espírito Santo, cada uma com as suas tradições, os seus membros e as suas cerimónias. Este particular culto vem, em Portugal, dos séculos XIII e XIV. Nos Açores, desde muito cedo, depois do povoamento. Mas terá sido sobretudo no século XIX que se consolidou e se organizou, territorialmente, à volta dos Impérios. Estes são típicos dos Açores, da ilha Terceira muito especialmente, onde são particularmente garridos e ornamentados. Várias são as actividades rituais conduzidas pelas Irmandades. Talvez a mais importante seja o cortejo ou peregrinação anual e a reunião de todos à volta do Império, com recolha de alimentos e dons, que serão ulteriormente distribuídos pelos mais pobres. Por vezes, o clero desempenha algum papel, mas, geralmente, são as populações que tratam de tudo. Pode quase dizer-se que, neste culto, há uma relação directa, sem intermediários nem sacerdotes, entre as pessoas e o Divino.

domingo, 11 de março de 2012

Luz - Ilha Terceira, Açores, 2011

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Imagens como esta repetem-se ao infinito! Algumas ilhas açorianas, particularmente dedicadas à pastagem, à carne e ao leite, oferecem esta paisagem geométrica. Muros em pedra seca (sem argamassa) e parcelas de pastagem muito bem aproveitadas. A pedra é escura, entre o basalto e a pedra-pomes, de origem vulcânica. Sobre a origem dos muros e das divisões de prédios, há, como sempre e em qualquer sítio, várias teorias. Todas elas com alguma verdade. Em certos casos, constituem a marca da propriedade. Noutros, a divisão entre prédios para que o gado possa ir pastando com alguma ordem: assim a erva vai crescendo num, enquanto é comida noutro. Noutros ainda, um dispositivo bem simples para deixar o gado pastar sozinho, sem necessidade de manter um pastor todo o dia. Mas também há uma explicação bem prosaica: havia pedra a mais e, para poder cultivar, semear e trabalhar a terra, era necessário retirar a pedra: a melhor, mais barata e mais útil maneira de o fazer era justamente construir muros!

sábado, 10 de março de 2012

Passatempo «Nascer em Portugal» - Resultado

O prémio foi atribuído ex aequo a José Batista e a Rui Silva. Pede-se-lhes que, nas próximas 48h, escrevam para medina.ribeiro@gmail.com indicando as suas moradas, escrevendo em assunto «Passatempo Jacarandá».

domingo, 4 de março de 2012

Luz - Hay-on-Wye, 1996

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Esta aldeia fica exactamente na fronteira entre Inglaterra e o País de Gales. Já aqui mostrei muitas fotografias feitas ali, aquando de várias visitas que fiz. É uma aldeia maravilhosa, com as delícias esperadas do mundo rural inglês bem conservado, bem aproveitado, limpo, arrumado, com rio, floresta, montanha, bosque, animais, quintas e herdades, terrenos de cultura e de passeio. Na aldeia, há alguns “Pubs” fantásticos, onde se bebe excelente cerveja ou cidra, onde se come boa carne de vaca e inesquecíveis trutas pescadas no rio Wye. Como se isso não bastasse, a aldeia ficou famosa no mundo inteiro porque abriram dezenas de alfarrabistas. Como dizem os urbanos “modernos”, os habitantes descobriram um “nicho”. Todos os comerciantes de panos, mercearia, sapatos, comidas e bebidas e tudo o mais, arranjam maneira de vender livros antigos num canto da loja. Em certos casos, no Castelo ou no antigo Cinema, por exemplo, são enormes livrarias com milhares de livros em segunda mão. Passear umas horas ou uns dias naquela aldeia é uma experiência única: nas ruas, respira-se livros! Até os analfabetos gostam! Para além de tudo, a aldeia oferece todos os anos dois festivais: um de Literatura, reputado no mundo inteiro, outro de Jazz. Não me canso de recomendar: toda a gente deveria reservar umas férias para uma vez ir a Hay-on-Wye!