sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Respostas a perguntas de o «Expresso»


- No final da ditadura, o que mais nos distanciava dos restantes países europeus?

A pobreza. A ignorância. A saúde pública. A falta de liberdade. Era o que nos distinguia dos europeus, em todo o caso da maioria dos europeus. Os últimos dez a quinze anos de ditadura tinham no entanto mudado muita coisa. Em resultado da integração europeia (EFTA), da emigração para a Europa, da guerra em África e do turismo, havia desenvolvimento industrial, muito investimento externo, praticamente pleno emprego, oportunidades de trabalho na cidade e na indústria e alguma pressão liberal ou democrática. O período que vai de 1960 a 1974 é o período de maior crescimento económico da história de Portugal. Foi pena não ter havido desenvolvimento político. Foi nesse período que surgiu o início daquela que vai ser a classe média. Frágil. Recente. E dependente do Estado.

- Quais foram as maiores conquistas da sociedade portuguesa desde então?

As liberdades públicas. O sistema democrático. O Estado de protecção social (saúde, educação e segurança social universais). A presença da mulher no espaço público. Um formidável melhoramento do nível geral de bem-estar e conforto. A integração europeia. E, com excepção dos últimos anos de crise, a diminuição das desigualdades sociais e económicas.

- Quais foram os maiores falhanços?

A dependência em que Portugal se colocou perante o estrangeiro e os credores. A incapacidade do sistema democrático para gerar desenvolvimento económico. A demagogia da maior parte dos dirigentes políticos e partidários. O sistema eleitoral amigo do despotismo. A mediocridade ineficiente e atávica do sistema judicial. A partidarização da Administração Pública. A incapacidade para conduzir a reconversão económica, designadamente industrial, agrícola, silvícola e marítima. Na verdade, com a guerra colonial, o estertor da ditadura, a revolução, a contra-revolução e a demagogia democrática, perdemos talvez vinte a trinta anos!

- O que é preciso fazer diferente para corrigir esses falhanços?

Mudar o sistema eleitoral. Mudar a Constituição. Alterar o sistema político, colocando um termo ao famigerado semi-presidencialismo. Reforçar os poderes do Tribunal de Contas. Criar uma poderosa Inspecção-geral da Administração Pública. Revogar o regime de autogestão da magistratura. Abolir o sistema da Administração Pública de “confiança política”.

- Considera que o país está hoje a retroceder nas conquistas feitas? Em que áreas?

Está a retroceder, com certeza. Há dez anos que o produto decresce e que nos afastamos da Europa. Os Portugueses têm hoje menos coberturas sociais (saúde, educação, segurança social) do que tinham há dez anos. A criação de emprego e de oportunidades está no mais baixo há várias décadas. A emigração para o estrangeiro retomou há quase dez anos. As expectativas das gerações jovens são pobres e desoladoras. O sistema político está desacreditado. O sistema democrático, tal como existe entre nós, não merece confiança. 

In «Expresso» de 13 Jul 13

1 comentário:

pvnam disse...

-> Parece que a ministra para a Integração do governo italiano, Cécile Kyenge, defende a legalização da poligamia: ver «aqui».
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-> Já disse isto montes de vezes... e... OTÁRIOS MILITANTES insistem em não querer ver:
i) tal como acontece com muitos outros animais mamíferos, duma maneira geral, as fêmeas humanas são 'particularmente sensíveis' para com os machos mais fortes...
ii) nas Sociedades Tradicionalmente Poligâmicas apenas os machos mais fortes é que possuem filhos;
iii) no entanto, para conseguirem sobreviver, muitas sociedades tiveram necessidade de mobilizar/motivar os machos mais fracos no sentido de eles se interessarem/lutarem pela preservação da sua Identidade... de facto, analisando o Tabú-Sexo (nas Sociedades Tradicionalmente Monogâmicas) chegamos à conclusão de que o verdadeiro objectivo do Tabú-Sexo era proceder à integração social dos machos sexualmente mais fracos; ver http://tabusexo.blogspot.com/.
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P.S.1.
É errado estar a dizer (como já alguém disse) «a Europa PRECISA DE CRIANÇAS, NÃO DE HOMOSSEXUAIS!»... isto é, ou seja... a Europa precisa de pessoas (homossexuais e heterossexuais) com disponibilidade para criar crianças!!!
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É UMA MUDANÇA ESTRUTURAL HISTÓRICA DA SOCIEDADE: os homens poderão ter filhos... sem repressão dos Direitos das mulheres... e independentemente de agradarem ou não às mulheres!... Leia-se: O ACESSO A 'BARRIGAS DE ALUGUER'...
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Nota: Quando se fala em Direitos das crianças... há que ver o seguinte: muitas crianças (de boa saúde) hão-de querer ter a oportunidade de vir a ser pais... oportunidade essa que lhes é negada pela 'via normal'.
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P.S.2.
Com o declínio do Tabú-Sexo (como seria de esperar) a percentagem de machos sem filhos aumentou imenso nas sociedades tradicionalmente monogâmicas.
Em contraposição, os machos de maior sucesso passaram a ter filhos de sucessivos casamentos...
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Mais, por um lado, muitas mulheres vão à procura de machos de maior competência sexual, nomeadamente, machos oriundos de sociedades tradicionalmente Poligâmicas [nestas sociedades apenas os machos mais fortes é que possuem filhos, logo, seleccionam e apuram a qualidade dos machos]... por outro lado, muitos machos das sociedades tradicionalmente Monogâmicas vão à procura de fêmeas Economicamente Fragilizadas [mais dóceis] oriundas de outras sociedades...
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P.S.3.
---> Sem 'corte' com os 'globalization-lovers' não há SOBREVIVÊNCIA!!!
{leia-se, os 'globalization-lovers' que fiquem na sua... desde que respeitem os Direitos dos outros... e vice-versa}
---> Concluindo: antes que seja tarde demais [nota: os 'parvinhos-à-Sérvia' - vide Kosovo - que fiquem na sua], há que mobilizar aqueles nativos europeus que possuem disponibilidade emocional para abraçar um projecto de Luta pela Sobrevivência... e... SEPARATISMO-50-50!
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Nota 1: Manifestações não-violentas (à Gandhi) por toda a Europa: «Pelo DIREITO À INDEPENDÊNCIA/SOBREVIVÊNCIA contra o NAZISMO-DEMOCRÁTICO».
{obs 1: existem mais de 1200 milhões de chineses, etc, etc, etc… e… existem Nazis-Democráticos!... os Nazis-Democráticos insistem em acossar/perseguir qualquer meia-dezena de milhões de autóctones que defenda a sobrevivência da sua Nação/Pátria… leia-se: os Nazis-Democráticos pretendem determinar/negar democraticamente o DIREITO À SOBREVIVÊNCIA de outros…}
{obs 2: nazismo não é o ser 'alto e louro'... mas sim a busca de pretextos (adoram evocar/inventar pretextos) com o objectivo de negar o Direito à Sobrevivência de outros!}

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Nota 2: Se os autóctones europeus não estiverem dotados duma Coligação Defensiva (do tipo NATO)… os nazis made-in-USA aplicarão aos autóctones europeus o mesmo 'tratamento' que foi aplicado aos autóctones norte-americanos.