sexta-feira, 29 de julho de 2016

Sem Emenda - As Minhas Fotografias

Edifício governamental federal alemão, Berlim – Perto do Bundestag, antigo Reichstag, actualmente sede do Parlamento federal alemão, o governo construiu há poucos anos uma série de edifícios para albergar alguns serviços federais. Por ali está também a residência oficial da Chanceler (Kanzler), assim como vários ministérios e instituições nacionais. Novos e antigos canais do rio Spree, que banha a cidade e a dividiu durante quarenta anos, dão ao sítio um aspecto de calma e serenidade próprias para pensar e governar. Depois da reunificação alemã, era inevitável que se tentasse ressuscitar a grandeza de Berlim. Bona, a capital federal por acidente e circunstância, nunca fora definitiva. Berlim é já a capital alemã indiscutível. E cada vez mais a capital europeia.

DN, 24 de Julho de 2016

Sem emenda - A pior crise

A França vive, há meses, em estado de emergência. A região de Munique, capital da Baviera e uma das mais importantes cidades alemãs, está desde hoje em estado de emergência. A Turquia declarou o estado de emergência e suspendeu as liberdades públicas e os direitos humanos. Esta é a Europa em que vivemos hoje.

É talvez, desde o fim da segunda guerra, a maior e a pior crise da Europa. E estamos longe de ver o seu termo. Lentamente, o terrorismo alastra e procura novos alvos e novos sítios, com diversidade de meios e de métodos. Organizado ou espontâneo, mas quase sempre islâmico. Os povos europeus, de todas as crenças e origens, começam a ter receio. E começam a comportar-se como tal. Não há nada pior do que um povo com medo.

A unidade política, representada pela União Europeia, está frágil e incerta. Sem liderança assumida, mas com um comando impositivo, o rumo europeu parece ser traçado pela força das coisas, pouco pela razão, pouco pela vontade dos povos. Em vários países surgem movimentos para, por via de referendo, pôr em causa a pertença à União. Como reacção contra a imigração, contra a falta de liderança política e contra a falta de perspectivas e oportunidades, em vários países, incluindo pioneiros europeus, como a França e a Itália, surgem vozes crescentes e tonitruantes ameaçando as liberdades e a democracia. Por quase toda a União, um miserável crescimento económico, aparentemente resultado da globalização e das políticas económicas com origem na banca e na Alemanha, faz muita gente desconfiar das vantagens europeias. Por toda a União, altas taxas de desemprego resistem tenazmente às políticas, aos incentivos e aos programas. A saída da Grã-Bretanha é o mais profundo enfraquecimento da União e da Europa desde há décadas.

A Leste, as relações com a Rússia de Putin estão à beira do conflito político e das mais graves consequências. Dos países bálticos à Ucrânia e à Crimeia, toda a região de confronto entre os Europeus ocidentais e os Eslavos aparece cada vez mais como uma fonte de perturbações com um potencial explosivo de temer. A Sul, a pressão dos imigrantes e dos refugiados ainda não encontrou solução nem travão. A Sudeste, o turbilhão turco põe em causa, de modo muito preocupante, os equilíbrios europeus e, em última análise, todo o Próximo Oriente. A Oeste, o lugar deixado vago pela Grã-Bretanha é fonte de preocupação. Do lado de lá do Atlântico, nos Estados Unidos, a incógnita de Clinton e a ameaça de Trump deixam a Europa vulnerável. A Europa está a ficar cercada.

A defesa europeia perde credibilidade. No continente, são crescentes as pressões contra a NATO, designadamente em Portugal, na Espanha, na Grécia, na França e na Turquia. Forças políticas em ascensão ou já com responsabilidades entendem que é chegado o momento de pôr em causa a Aliança. A maior parte dos países europeus não se defende, reivindica a protecção americana e exige que os americanos se metam na sua vida. O melhor exército europeu, o britânico, prepara-se para viver tempos políticos difíceis e eventualmente virar-se para dentro ou para uma defesa nacional prioritária. São gravíssimas as consequências dos golpes na Turquia, seja para a democracia, seja para a NATO, seja para os dispositivos criados ou a desenvolver para a situação dos imigrantes e dos refugiados.

O Estado social, uma criação europeia, ou antes, uma criação de alguns países europeus, está ameaçado e quase periclitante. As direitas, os liberais, os proprietários e a classe média rica não lhe dão importância, pensam mesmo que se gasta demasiado com os sectores sociais. As esquerdas, os populistas, os sindicatos, as classes médias baixas e as classes trabalhadoras exigem que se gaste cada vez mais, sem contar nem verificar o que se produz e poupa para pagar o que se gasta.

            Já não é a primeira vez, mas há luzes na Europa que se apagam.


DN, 24 de Julho de 2016

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Sem Emenda - As Minhas Fotografias

Torre de Belém, vista da Fundação Champalimaud, Lisboa – Há quase quarenta anos, a Torre de Belém era capa de um excelente livro da autoria de Fernand Braudel, “A Europa”, publicado em Paris. Habituado ao uso nacionalista dos símbolos, fiquei surpreendido. Mas encantado: a Torre é um dos meus monumentos favoritos. Além disso, prefiro-a mil vezes como emblema da Europa. Como evocação portuguesa, é sobretudo prova ou sinal do mais importante contributo de Portugal para a história da humanidade. Aqui está ela, nos tempos actuais, vista do grande auditório da Fundação Champalimaud, através desta maravilhosa janela feita, aparentemente, de uma só peça, um dos mais interessantes “objectos” de arquitectura contemporânea de Lisboa. Com a vantagem de nos deixar ver e contemplar a nossa Torre. Em paz. Sem proclamação deslocada, nem vontade de mobilização para coisa nenhuma. Com a serena calma do testemunho, sem a excitação do protagonista.
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DN, 17 de Julho de 2016

Sem emenda - Às armas!

Aqui estamos, mais uma vez, a bramar “às armas!”. Como sempre. Como noutros séculos. Quando os Portugueses, alguns Portugueses, não encontram desculpas para as suas asneiras, recorrem ao patriotismo. Quando os governantes não sabem resolver os problemas que herdaram ou criaram, entoam hinos. Quando os dirigentes querem escapar, atribuem as responsabilidades ao inimigo externo. Mas sobretudo quando não têm meios nem razão, logo apontam o dedo a um perigo estrangeiro. Já foi a Espanha dos Filipes, já foi a Inglaterra dos Piratas e já foi a França do Terror e de Napoleão. Também já foram os americanos. E os comunistas, russos de preferência. Já foi o petróleo e os dólares. Agora, são os Europeus. Os de Bruxelas, em geral. Os da Alemanha, em particular. Os da direita, da banca e das finanças, mas estrangeiros. São eles os responsáveis pelas nossas dívidas, os causadores das nossas perdas, os obreiros da nossa crise e os culpados das nossas dificuldades!

Em vez de procurar valorizar o que temos, de aproveitar o que sabemos e de organizar a economia; em vez de investir, de diminuir o desperdício e de fazer obra útil; em vez de apenas gastar o que temos, de atrair investimento externo e de trabalhar e poupar; em vez de estudar, de nos governarmos com mais sabedoria e de fazer com que o Estado respeite os cidadãos, em vez disso, procuram as autoridades comover os sentimentos, confundir os espíritos e mobilizar contra alguém, o inimigo, o adversário, a ficção dos que querem mandar em nós, a invenção dos que não respeitam os Portugueses e a fantasia dos que não honram uma nação com oito séculos de história!

António Costa, o seu Governo e os partidos que o apoiam estão envolvidos num processo perigoso que vai acabar mal. Desencadearam uma guerra contra a União. Atiraram-se à Europa. Batem o pé, como gostam de dizer. Levantam a voz ou falam com voz grossa, como prometem em comícios vulgares. Não aceitam a chantagem europeia, declaram em tom marialva. Não estão cá para obedecer à Europa! Garantem que em Portugal são os Portugueses que mandam e não aceitam lições de ninguém!

O Governo recusa mostrar à Comissão um rascunho de orçamento que, aliás, ninguém lhe pediu! Insiste em gastar e distribuir. Não corta na despesa. Contraria a Espanha e o Reino Unido. Critica a Alemanha. Procura aliados na extrema-esquerda, coisa pouca. O Governo não tem meios, nem força interna, nem aliados externos que lhe permitam esta espécie de “baroud d’honneur”, o último combate de uma guerra perdida! De luta simbólica para dar o exemplo. De sacrifício que faça um mártir e nos transforme em heróis! Portugal não tem riqueza, nem recursos, nem capacidade para, sozinho, contrariar as regras da economia europeia e mundial, obter os créditos de que necessita, conseguir os investimentos de que carece. Não se deve cantar mais alto do que a sua garganta. Nem dar passos maiores do que os seus pés. Muito menos cantar de galo, quando não se tem voz nem poleiro. António Costa e o Governo estão a preparar-se para desencadear uma luta para a qual não têm meios, nem força. E nem sequer razão.

É claro que a União Europeia está em apuros e não sabe qual é o seu destino. Há anos que se espera pela crise em que vivemos hoje. A União Europeia está à beira de morrer na praia, como diz o lugar comum. Foi longe de mais e não foi suficientemente longe. Não é equitativa, distingue entre grandes e pequenos. Não é justa, só castiga os fracos. Não é igualitária, segue as directivas alemãs. Longe de mais para dar paz e democracia. De menos para a segurança e a disciplina. Mas nada justifica que o governo português invente uma guerra contra a União. Será sempre uma guerra contra si próprio.
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DN, 17 de Julho de 2016

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Sem Emenda - As Minhas Fotografias

Cortejo com crianças, nacionalismo e ditadura, Brasil – Tempos áureos de patriotismo. Numa pequena cidade, perto do Rio de Janeiro, comemora-se o dia do Brasil, o Dia da Pátria Brasileira. É o 7 de Setembro, aniversário da Declaração de Independência. Por todo o país, realizam-se cortejos e festejos, fazem-se cerimónias poéticas e recreativas, presta-se homenagem à Pátria e aos Patriotas, organizam-se colóquios e conferências, repetem-se os discursos inflamados dos políticos, desfilam jovens de rostos ruborizados pelo orgulho de pertencer a tão grande país! O país vive sob regime de ditadura militar. Nos carros e nas vitrinas, um dístico com as cores do Brasil invectiva o passeante: “Ame-o ou deixe-o”! Noutros locais, este formidável “Tu és nosso!”. Era assim, em 1971.
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DN, 10 de Julho de 2016

Sem emenda - As dívidas da Pátria

Já hoje sofremos sanções e não é pouco! Os juros que pagamos são superiores aos dos outros países. Os investimentos, nacionais e estrangeiros, caíram a pique. Continua a exportação de capitais para países mais seguros e bancos mais honestos. Nos mercados, o dinheiro para Portugal é escasso ou muito caro. Os credores internacionais têm dúvidas. Todas estas realidades têm nomes mais técnicos e suaves, mas são verdadeiras sanções. Parece que não chegam! Ainda são precisas mais!

Como é evidente, devemos pagar sanções. E ser punidos. É bom que assim seja. A impunidade é um defeito grave. Quem não faz o que deve tem de assumir as consequências. Em última análise, quem sofre com as sanções são os contribuintes. Sabemos isso. Por isso as sanções podem ser injustas. Mas são instrumentos necessários a pôr os políticos em ordem e a obrigá-los a ter disciplina. Sobretudo é o modo de informar os eleitores que os seus políticos governaram mal, tomaram decisões erradas, gastaram o que não é deles e não fizeram contas porque queriam ser eleitos. As sanções são uma condição necessária à formação de um juízo racional dos eleitores. Sem sanções, não há políticos a despedir, não há governantes indisciplinados a castigar, não há mentirosos a punir, nem há demagogos a contrariar!

Distribuir o que não há, gastar a mais e não pagar dívidas merece castigo! Mentir nas contas, gerir mal e favorecer a corrupção deve ser punido! Decretadas pelas autoridades competentes, as sanções servem para tornar evidentes aos eleitores os erros e os defeitos dos seus políticos. 

Por isso é confrangedor o actual debate sobre sanções, assim como a onda de patriotismo bacoco que o governo e os seus apoiantes fomentam. É ridículo declarar guerra à União Europeia e à Alemanha! É idiota invocar a pátria para aumentar a dívida! É infantil tentar camuflar os erros políticos sob as roupagens da dignidade nacional! O patriotismo sempre foi o refúgio dos demagogos, dos ditadores e dos aldrabões.

Estamos a chegar lentamente ao país dos crédulos: nós temos sempre razão, eles, nunca! Os debates parlamentares resumem-se a isto. Os fiéis de um culto só acreditam no seu sacerdote. Os simpatizantes de um partido só confiam nele. O pensamento é o do rebanho. Inteligência, informação, razão e rigor são dispensados. Estas semanas de futebol só vieram agravar os espíritos. O que importa é ganhar, nem que seja com a mão, dizia alguém na televisão. A lógica é a mesma. Com argumentos nacionalistas, que as esquerdas envergonhadas designam por patrióticos, com emoções patetas e com sentimentos totalmente deslocados, pretende-se manter aliados e iludir eleitores. Sendo que os apoiantes comunistas e bloquistas querem mais do que isso. Querem mesmo dar cabo do Euro, do Tratado orçamental e desta União. Para o que esperam evidentemente pela cumplicidade pacóvia dos socialistas e pelos sentimentos patrióticos dos Portugueses vexados na sua dignidade nacional!
Verdade seja dita que os outros intervenientes não se portam melhor. O que faz com que seja difícil compreender o que realmente se passou e está em causa. Portugal infringiu ou não as regras? Quando? Por quanto? Quem foram os responsáveis? E os outros países da União? Esta trata todos da mesma maneira, como diz, ou com parcialidade, como parece? A União ainda não conseguiu demonstrar que, na questão dos défices, está a ser justa e equitativa. O PSD não provou que a sua gestão ficou abaixo do défice. O governo não conseguiu demonstrar que a sua actuação não agrava os défices. Chegámos ao ponto do inferno das emoções, próprio do patriotismo: o que fizemos é bem, porque fomos nós. O que eles fizeram é mau, porque foram eles. Ao que nós chegámos!
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DN, 10 de Julho de 2016


segunda-feira, 4 de julho de 2016

Sem emenda - A deriva europeia

Em percentagem do total mundial, a população europeia está a diminuir. Além disso, é a mais envelhecida. A parte da União Europeia no produto global, perto de 15%, está em decréscimo. As taxas de crescimento da economia europeia são das mais reduzidas do mundo. A União deixou de ser uma grande potência industrial. E é cada vez menos uma potência financeira insubstituível. A capacidade científica da Europa atrasa-se em relação aos Estados Unidos e já está ameaçada por outros continentes. Sem a América e sem a Grã-Bretanha, a defesa e a segurança da União Europeia são quase inexistentes.

A Europa tem o mais generoso, solidário e acolhedor Estado social. É o continente onde mais se gasta por habitante em saúde, educação, cultura, apoio à família e ao rendimento, segurança social e apoio ao desemprego. É o único continente onde todos os países são democracias. É o continente que atrai maior número de turistas internacionais.

Em contas aproximadas, valores proporcionais e conceito alargado, a Europa tem actualmente cerca de 3,5 milhões de refugiados. É o continente que recebe mais refugiados vindos de outros continentes. Este é um enorme esforço de que muitos europeus podem ou devem estar orgulhosos.

A Europa parece transformar-se num parque temático. Ou num sítio do Património da UNESCO. O Estado social europeu, em qualquer das suas versões, da alemã à portuguesa, da inglesa à sueca, é uma obra-prima de solidariedade. Mas também é a condenação à bancarrota inevitável.

Poderá a Europa receber ainda mais refugiados e imigrantes em desespero? Talvez. Mas não esqueço os 3,5 milhões que já cá estão. Há limites, mas raras são as pessoas que querem falar dos limites. Sabe-se que se trata de questão difícil. Como estabelecer os limites? A que níveis? Com que regras?

Vai ser muito difícil encontrar uma resposta equilibrada para qualquer daquelas perguntas. Uns querem abrir as portas, sem limites. Outros querem fechar as portas, sem excepções. Uma solução equilibrada é aquela que não põe em causa (ou o menos possível…) os direitos dos cidadãos, as liberdades públicas, os valores culturais europeus, a solidariedade humana e os direitos universais.

A recusa europeia de considerar a imigração e a corrente de refugiados como uma questão política a tratar a tempo e horas, com rigor, tornou tudo mais difícil. A recusa europeia de aceitar que poderia haver uma política de controlo e de gestão dos imigrantes e dos refugiados atrasou e agravou os problemas. A ponto de entrarmos em crise ameaçadora. A evolução política de cada país, como na Inglaterra agora e outros a seguir, revela as ameaças.

O mar do Sul, o “cemitério” mediterrâneo, os campos de refugiados, as multidões nas fronteiras e os conflitos políticos em tantas cidades europeias estão aí para revelar o que já sabemos, uma crise sem precedentes. As reacções políticas dos eleitorados, as derivas xenófobas, confirmam o mal-estar crescente. Não basta dizer que se trata de xenofobia e de racismo. Às vezes é, às vezes não é. Os cidadãos europeus têm o direito de preferir viver com imigrantes ou sem imigrantes.

A política será chamada a resolver, a encontrar as soluções equilibradas. Mas, por enquanto, tem contribuído para tornar tudo mais difícil. A direita defende valores europeus, as tradições culturais e o legado cristão. A esquerda defende valores universais, o laicismo, a solidariedade internacional e o multiculturalismo. A direita quer fechar, para preservar a Europa. A esquerda quer abrir, para mudar a Europa. Nenhuma parece ter razão.

Os Europeus têm o direito de querer mudar. Os Europeus têm o direito de querer conservar. Ambos têm razões. Nenhum tem a razão. O caminho é abrir, mas com critério e controlo. E integrar, com generosidade e liberdade.


DN, 3 de Julho de 2016

Sem Emenda - As Minhas Fotografias

Senhora e seu telemóvel, com pedinte, jovem de costas e saco a tiracolo e clientes da esplanada, perto de Leicester square, em Londres – Cena simples de rua. Não há qualquer relação entre as figuras da imagem. É um dos interesses possíveis ou dos encantos imprevistos da chamada “street photography”. Somos nós, observadores ou fotógrafos, que damos unidade ao que a não tem ou parece não ter. Londres, por estas paragens, é um viveiro de todas as condições sociais, de nacionalidades e etnias, de vestimentas e comidas desvairadas. É também por aqui que caem os turistas em quantidade. Não muito longe, ficam Trafalgar, Picaddilly, a National Gallery, os teatros, a Ópera e Covent Garden. É um dos corações de Londres. Hoje, todas estas belezas se preparam para nos deixar, nós europeus! Vão-nos fazer falta!
DN, 3 de Julho de 2016