domingo, 26 de março de 2017

Sem Emenda - As Minhas Fotografias

Entrada no Parlamento britânico, Westminster – Era assim, o ano passado. Vai ser pior, a partir de agora. É cada vez mais assim, no mundo inteiro. E vai ser cada vez pior. As filas de espera aumentam. A inspecção de roupas e o controlo de malas e mochilas prolongam-se. Podemos sempre falar de dignidade e de serenidade. Pode facilmente dizer-se que não teremos medo e não faremos o jogo dos terroristas. É possível acrescentar que a vida continua, “business as usual”, que é como quem diz “tudo como dantes, quartel-general em Abrantes”! Nunca deixaremos de afirmar que “eles” não vencerão, que os terroristas islâmicos e outros não condicionarão o nosso modo de vida! E sempre diremos que não faremos o que eles querem, isto é, não criaremos uma sociedade vigiada, com censura, fiscalizações, verificação de identidade, operações stop, câmaras de televisão nas ruas, vigilância nos espaços públicos em geral, escutas telefónicas, violação de correspondência, humilhantes exames físicos nos aeroportos, intrusão nos computadores e nas redes sociais… Nunca… Nunca?

DN, 26 de Março de 2017

Sem emenda - O segredo compensa

Tempos houve em que todos pagavam pela violação do segredo de justiça: os advogados de defesa, os arguidos, os jornalistas, os directores dos jornais, os carteiros, os motoristas e a menina das fotocópias. Todos, menos os verdadeiros culpados, ou antes, os verdadeiros responsáveis: os magistrados judiciais e do Ministério Público, eventualmente uns funcionários de Justiça. A regra era a do segredo durante as fases de instrução. A quebra do sigilo era crime. Muitas vezes, os jornalistas e os directores dos jornais eram os únicos acusados por violação da lei. Não interessava quem lhes fornecia as informações.

O actual regime, em traços breves e simplificados, estabelece que o segredo deixou de ser a regra, para ser a excepção. Isto é, apenas funciona a pedido das partes, por decisão fundamentada do magistrado, a pedido do Ministério Público, com validação do magistrado. A regra é a da publicidade dos processos, salvaguardada a discrição processual pela qual cada um zelará.

Em princípio, parece que menos de 10% dos processos estão hoje abrangidos pelo segredo. O progresso foi enorme. Os jornalistas já não são os únicos culpados. Mas, infelizmente, não se foi tão longe quanto era possível. Ainda há muitos casos em que o segredo de justiça protege privilégios ou encobre incompetências. Ou é administrado “à vontade do freguês”. Acontece que, hoje, quase todos os grandes processos polémicos (políticos, bancos, autarcas, dirigentes desportivos, grande corrupção em geral…) se encontram nesse regime. Dos principais, há, todos os dias, fugas organizadas, cirúrgicas ou não, parciais ou totais. A devassa é completa: documentos, imagens, confissões, alegações, declarações, actas, relatórios, transcrições de escutas e de interrogatórios e gravações de conversas telefónicas ou interrogatórios vivos, isto é, conversas reais com as vozes verdadeiras, tudo se encontra disponível nos jornais, nas redes sociais e na Internet. Podem mesmo ouvir-se na televisão!

Esta é a mais degradante de todas as imagens que temos actualmente da Justiça. Por todas as razões e também pela impunidade. Não é possível exigir justiça, esperar por equidade, confiar na competência e desejar imparcialidade neste clima de degradação de costumes e de manipulação mafiosa de processos. A demora e os atrasos, a parcialidade e as chicanas são brincadeiras ao lado desta devassidão. 

A grande solução seria evidentemente a de abolir o segredo de justiça. Nessas circunstâncias, se os magistrados, os investigadores, as polícias ou os advogados entendem que algumas das suas actividades ou iniciativas devem ser mantidas em segredo, a bem da eficácia da justiça, não têm mais do que tomar todas as cautelas para que assim seja. E hoje isso é absolutamente possível. E faz-se todos os dias. Quando se quer. E quando não há quem queira o contrário.

Na ausência da solução óptima, então teríamos uma outra também digna e de fácil execução: a de responsabilizar o magistrado titular de cada processo em segredo pela sua manutenção. Caso haja violação, seria esse magistrado responsabilizado disciplinar e criminalmente.

Na verdade, para além da intencionalidade dos interessados, as violações actuais têm uma razão. Essa razão pode ser o empenho pessoal, o ganho material ou o interesse político. Eventualmente, a incompetência, o descuido e o desleixo. Ou a indiferença perante a integridade da justiça e a degradação dos procedimentos, que não é uma causa, mas simplesmente uma circunstância. Em todas estas situações, a responsabilidade é do magistrado. Por isso deveria ser responsabilizado, processado e castigado. Tanto disciplinar como criminalmente.

Estou convencido de que, com uma medida deste género, a diminuição do número de violações do segredo de justiça seria drástica, rápida e talvez total. Por enquanto, com o regime que temos, não é o crime, é o segredo que compensa. Para mal de todos nós!


DN, 26 de Março de 2017

domingo, 19 de março de 2017

Sem emenda - Nós e os Turcos

O acontecimento não tem precedentes. Dois ministros de um país da NATO e candidato à União Europeia foram impedidos de entrar na Alemanha e na Holanda, países membros de ambas organizações, assim como de realizar reuniões com os seus concidadãos. Pretendiam falar em comícios relativos a um referendo constitucional que vai realizar-se na Turquia. Os habituais protestos europeus, de esquerda ou de direita, foram praticamente nulos. O presidente Turco tratou os alemães e os holandeses de fascistas.

Com 75 milhões de habitantes, um dos maiores exércitos do mundo, bases americanas activas (equipadas com bombas nucleares) e uma posição de charneira importante, a Turquia e o seu presidente Erdogan têm má imprensa e má opinião pública. Porque são turcos, porque são muçulmanos, porque são de direita, porque o regime é quase uma ditadura e porque os europeus não os querem na União. Mas também porque há muitos turcos na Holanda (400.000) e na Alemanha (3.500.000) e porque o tema dos imigrantes, especialmente muçulmanos, é muito sensível em ano eleitoral.

A complexidade do problema explica o silêncio. A esquerda calou-se, envergonhada, porque simpatiza com os muçulmanos e com os imigrantes, porque lhe custa defender a ideia de que os estrangeiros “de direita” possam fazer reuniões políticas no estrangeiro, porque não gosta de Erdogan e porque espera que a Turquia fique com os refugiados que estão lá depositados. A direita calou-se, envergonhada, porque não gosta de imigrantes, porque não gosta que muçulmanos façam reuniões políticas nos países de acolhimento e porque espera que os refugiados depositados na Turquia lá se mantenham. Ambas, esquerda e direita, preferiram o silêncio: era problemático defender os direitos dos estrangeiros ou dos muçulmanos. Ou dos Turcos.

A questão é difícil. Já se pensou no que aconteceria se os manifestantes fossem Judeus, Palestinos, Ucranianos, Russos, Sírios, Iranianos, Arménios, Chineses ou Angolanos? A favor ou contra os seus governos? A favor ou contra as políticas dos países onde residem? Com ou sem colaboração dos governos dos países de origem? Os estrangeiros são legais ou ilegais? A favor ou contra a democracia? Ajudam ou dificultam as relações entre os Estados? Põem em causa outras minorias? Como é evidente, a questão é grave e complexa.

Os países europeus reagiram por conveniência. Sem política geral, nem leis adequadas. Mas essa não é a solução. Os critérios não podem ser de conveniência, isto é, conforme os manifestantes, os países estrangeiros ou a cor dos governos.

Há quarenta anos, os estrangeiros não podiam “fazer política” nos países europeus. Na maior parte, pelo menos. Nem em relação ao país de origem, nem a propósito de assuntos nacionais locais. Depois, veio a União, o alargamento, a livre circulação, Schengen, as migrações em massa, a globalização, o reconhecimento de novos direitos, a possibilidade de muitos imigrantes votarem em eleições locais e a faculdade de imigrantes votarem por correspondência nas eleições dos seus países. Além da generalização da dupla nacionalidade. Por cima de tudo, houve uma tolerância crescente das democracias europeias. Já se fizeram reuniões, comícios e manifestações de toda a gente, de todas as origens e a propósito de tudo! Por isso, o que aconteceu agora é de gravidade imensa. Até talvez haja motivos para defender o que se fez. Mas a via era a da diplomacia e a da lei.

Não chega afirmar que Erdogan é um ditador ou quase. Já vieram à Europa dezenas de ditadores muçulmanos, eslavos, asiáticos, africanos e latino-americanos. Não seria novidade, nem esse é o critério. Também não chega declarar que não é oportuno, dada a realização de eleições locais: os direitos dos cidadãos não se alteram com a proximidade das eleições. A Europa tem de reapreciar a questão dos direitos políticos dos europeus e dos não europeus e de tomar decisões sérias e dignas, não erráticas, ao sabor das conveniências e das negociações de circunstância.

DN, 19 de Março de 2017

Sem Emenda - As Minhas Fotografias

Senhoras conversam e esperam ao lado de uma betoneira, Nazaré – Poderia esconder-se o nome da terra e perguntar “Onde fica?”. As respostas seriam diversas. Alguém diria Nazaré, mas a maior parte diz Irão, Argélia ou Marrocos. Quanto à data, os palpites oscilariam muito, começando nos anos quarenta, sendo que as épocas mais modernas eram sugeridas por causa da betoneira que, apesar de rudimentar, já supõe uma fase média de industrialização. Poucas pessoas se aventurariam a dizer 1983, data real da fotografia. Na praia, em frente, ainda havia carapau e sardinha, aos milhares, a secar ao sol e não apenas a meia dúzia destinada a consumo caseiro e para turista ver, como se observa hoje. As discussões sobre a modernidade em Portugal nunca deveriam esquecer estas imagens. Também as alusões feitas às senhoras das “burcas”, dos “niqab” e dos “chador” deveriam ter em mente a Nazaré. E também, já agora, todo o país, do Soajo a Montesinho, dos Candeeiros ao Caldeirão.
DN, 19 de Março de 2017

domingo, 12 de março de 2017

Sem emenda - Utilidade pública

Diz-se “public utilities”. Em português, não quer dizer a mesma coisa, mas diz tudo. Serviços e infra-estruturas de serviços e facilidades para toda a gente. Inicialmente organizados pelo Estado, ulteriormente geridos pelo mesmo ou por empresas privadas. Cada país tem a sua solução. Mas é sempre a mesma coisa: serviços públicos.

Muita coisa pode entrar nesta categoria: água, luz, electricidade, gás, telefone, correios, banda larga, transportes, esgotos, resíduos, faróis e outros. Há quem inclua certos serviços públicos especiais, como a saúde e a educação. Podem ser de gestão pública ou privada, local ou nacional, em monopólio ou em mercado aberto. Fazem parte da concepção moderna de país civilizado.

Estes serviços, em Portugal, começaram por ser públicos. Uns mantiveram-se como tal, outros foram privatizados. Nada muito diferente de outros países. A eficácia, a utilidade e a honestidade destes serviços variam muito. Em tempos, a imprensa realizava uma espécie de ranking em que classificava, segundo a opinião pública, cada serviço. Alguns, aborrecidos com uma má classificação, esforçavam-se por melhorar, o que às vezes conseguiam e nós ficávamos a ganhar.

Entretanto, com a privatização a ajudar, mais a crise financeira e a compra e venda de empresas, sem falar na concorrência e na voracidade de tanta gente, todas estas empresas se viraram para a agressividade comercial. São dezenas de e-mails e telefonemas não desejados que se recebem por mês em casa de cada um. Novos serviços, mais pacotes, descontos aparentes, novos dispositivos, vantagens incríveis e brindes inacreditáveis! No fim do dia, é sempre para vender mais mercadoria inútil, fidelizar aberta ou furtivamente, instalar aplicações, adquirir uma nova “box”, alargar o serviço para áreas inúteis e subtrair o cliente à empresa rival!

Uma moda recente é a dos serviços de distribuição separados da produção e da assistência, o que exige escolhas feitas pelos clientes, impostas por lei (dizem eles…), que logo anunciam descontos e vantagens, mas que não têm uns nem outras. Rapazes e raparigas com bilhetes de identidade vistosamente exibidos batem à porta, declaram que, “para nosso bem”, vêm verificar as instalações e anunciam benefícios, mas que têm sempre mercadoria para vender, regras absurdas e fidelizações ocultas! Para não falar das “letras pequeninas” cheias de ratoeiras, nem das regras incompreensíveis tanto para velhos analfabetos como para jovens doutorados!

Tentar esclarecer com os serviços de assistência é inútil. Podemos esperar até meia hora a ouvir música idiota. Quando a chamada é atendida, num Call Center da Covilhã ou de Cabo Verde, somos informados que temos de fidelizar, que outro serviço tratará de nós, que é necessário comprar mais um pacote ou mudar um tarifário! É inútil queixarmo-nos. Ou porque não se sabe a quem. Ou porque os “provedores” estão ao serviço da empresa, não de nós. Ou porque demoram. A análise das facturas é um pesadelo. Informação inútil e excessiva, para que ninguém compreenda. Para desmoralizar quem quer compreender. Ou obrigar toda a gente a desistir. Quando há dupla facturação, ou contagem errada, é preciso primeiro pagar, depois litigar, pagar inspecções (mesmo quando a culpa é deles…) e esperar. Meses… Anos… Sorte nossa é quando recebemos a visita de um técnico ou assistente: a gentileza e a perícia destroem o mito das máquinas e das competências digitais.

Algumas práticas destas empresas, públicas ou privadas, são simplesmente ilegais. Como tanta gente lhes deve emprego ou investimento, ninguém as castiga. Nem sequer se faz legislação que proíba o assédio comercial.

Perceber o que “eles” fazem exige tempo, sabedoria, paciência, letras, advogados e recursos. Quer isto dizer, esquecer. Por outras palavras, dar milhões a ganhar às empresas. Privados ou públicos, estes serviços teriam de responder, respeitar e servir. Não o fazem. E gabam-se da sua agressividade. Uma coisa é certa: ninguém os desafia ou vigia!


DN, 12 de Março de 2017

Sem Emenda - As Minhas Fotografias

Alcobaça – Gótico em toda a sua plenitude, deslumbrante de equilíbrio e beleza, depurado, de uma impressionante sobriedade, começado a construir no século XII para os monges de Cister, por doação de D. Afonso Henriques, é monumento nacional desde 1910 e Património da Humanidade desde 1989. É certamente uma das mais belas obras de arte edificadas ou existentes em Portugal. O mosteiro já esteve abandonado, já foi descuidado, já foi devassado… Resistiu a tudo, aos bandidos, aos revolucionários, aos franceses e aos vendilhões. Esperemos que agora resista também à austeridade, à demagogia política, ao turismo, ao mercado e ao inevitável hotel de charme que se anuncia. Eu sei que a nave central, o cruzeiro, os túmulos de Pedro e Inês, a cozinha, o refeitório, os claustros, o deambulatório e a estátua de Santa Maria de Alcobaça com o Menino têm enorme capacidade de atracção. Mas não deixo de acrescentar a luz de Alcobaça. Que só existe ali. Por entre aquelas pedras.
DN, 12 de Março de 2017

domingo, 5 de março de 2017

Sem emenda - Titanic

É sempre impressionante ver a maneira como, mau grado os sinais e apesar dos avisos, povos, Estados ou pessoas podem caminhar para o precipício ou o desastre. Fizeram-se guerras, destruíram-se vidas, perderam-se liberdades e caíram regimes democráticos. No entanto, muitas vezes, sabia-se, percebia-se antes… E havia quem tocasse música! E quem não parasse de se divertir! E quem perdesse tempo com questiúnculas… Talvez não estejamos em vésperas de grandes tragédias, mas caminhamos tranquilamente para o desastre.

As transferências para os offshore estão na origem do que será talvez o mais grave gesto suicida da direita portuguesa. A decisão deliberada de poupar os grandes capitais e de lhes permitir uma via de fuga e folga, um caminho expedito para o abrigo e o refúgio ao fisco, com conhecimento do governo, com identidade… Não se sabe ainda quanta malícia, quanto dolo e quanta intenção residem nas decisões, na falta delas, nas “falhas do sistema” e nas tentativas de ocultação. É mesmo possível que o crime seja menor do que se pensa e se reduza a esta espécie de naturalidade inventada pelo capitalismo financeiro e que consiste em julgar que é legal, impune e moralmente aceitável tudo quanto aos mercados diz respeito! A direita pensa que tudo lhe é devido. E permitido. Tão cedo, não terá a direita portuguesa o benefício de nova confiança e de algum crédito. Estas operações têm vindo a ser conduzidas com tanta perícia, por parte do governo e das esquerdas, e com tanta estupidez, por parte das direitas, que se apagou o papel desempenhado pelos socialistas nos anos da brasa dos governos de Sócrates relativamente ao grupo Espírito Santo, à PT, ao BCP ou à Caixa.

Esta espécie de suicídio da direita é de tal modo evidente que permite ao Governo e aos seus aliados desencadear um ataque, há muito planeado, contra o Banco de Portugal e o Conselho das Finanças Públicas. Os governos não gostam de entidades independentes. Este não é pior do que os outros. Mas também não é melhor. É da mesma raça de invejosos e déspotas!

Não é só internamente que se evidencia esta jornada para o desastre, esta maneira de gastar o tempo e os recursos com futilidades. Na Europa e na União, como é sabido, esta caminhada desnorteada é chocante e perturbadora. Basta pensar no próximo acto pomposo: a fim de comemorar os seus 60 anos, a União reúne-se em Roma dentro de dias. Para a ocasião, o presidente Juncker anunciou a publicação de um “Livro branco”. Analisado o seu conteúdo, o que se pode dizer mais apropriado é que o livro vai mesmo branco…

Nunca se viu resolver crises globais, de política e de destino com cinco cenários! Parece uma associação de jovens gestores em preparação para um concurso internacional de Play stations e estratégia! A três semanas da cimeira de Roma e a dias de aprovação de uma declaração formal de relançamento da União, a apresentação solene, em Parlamento, de uma colecção de cinco cenários é o mais impressionante atestado de impotência e de desorientação que se pode imaginar! Nos Estados Unidos e na Rússia, Trump e Putin preparam-se para apertar os europeus. Entendem ambos que podem encostar a União ao muro e traçar as suas fronteiras de interesses e as suas cartografias de intervenção sem ter em conta com uma Europa em crise. Na Ásia, uma poderosa China saboreia os seus novos poderes e ignora seraficamente avisos que lhe são dirigidos em nome da liberdade e dos direitos humanos. Dentro da União, nunca se viveu um tempo como este: ninguém quer entrar, vários querem sair. Ninguém quer o que está, ninguém sabe o que quer. As eleições nacionais de seis países vão ditar o futuro dos 27. Na verdade, as eleições em dois ou três vão ditar o destino de todos. Mas, no deck, à beira da amurada, a orquestra continua a tocar a Ode à alegria.

DN, 5 de Março de 2017